Pelo menos uma vez por semana alguém me procura pedindo indicação de um profissional de comunicação, na maioria das vezes a vaga é para Social Media e durante essas conversas com o contratante percebi algumas dúvidas comuns como falta de compreensão da real função de um social media e a desvalorização do profissional, este último eu abordo em outro texto, já que há uma polêmica aí.
Separei aqui algumas dicas para definir a vaga e a pessoa ideal para ocupá-la.
Qual o tipo de Social Media sua empresa necessita?
Dependendo do porte e da metodologia de trabalho a empresa vai precisar de um profissional diferente. Então primeiro você precisa definir o que é um Social Media para você. De que forma ele irá atuar dentro da empresa? Seja uma agência de publicidade ou setor de marketing interno.
Antes de começar a responder essas questões você precisa entender que Social Media vai muito além de um profissional, na verdade é uma área inteira com diversos profissionais, por isso antes de continuar aconselho a ler o texto “Profissão Social Media: áreas de atuação e fontes para estudo” do Pedro Meirelles e depois retorne para a nossa conversa.
Porém por questões práticas e financeiras algumas dessas atividades acabam sendo acumuladas por um único profissional, mas lembre, algumas, nunca todas.
Voltando aos questionamentos anteriores qual o Social Media que a sua equipe e seus projetos necessitam hoje e como esse profissional vai dividir suas tarefas com o resto da equipe?
Ex: Se você coordena uma equipe de uma agência de publicidade que já possui um diretor de arte e redator, mas começou a receber demandas de mídias sociais, talvez precise de um profissional mais estratégico para atuar com planejamento, métricas e relacionamento, o que já é muita coisa.
Ex2: Você já faz a atividade de coordenar e mensurar os resultados e já tem uma pessoa específica para fazer o relacionamento então precisa de um profissional para produção de conteúdo com noções de design e texto, são atividades diferentes, mas não é impossível encontrar um profissional assim.
O que precisa ficar claro é que quanto mais funções o profissional acumular em menos projetos ele deverá se envolver e o resultado final também será impactado.
Crie a vaga
Nunca copie a descrição de uma vaga de outra empresa que tenha visto na internet, muito menos peça um profissional faz tudo, a não ser que queira ser motivo de chacota nas mídias sociais. Lembre do tópico anterior 😉
Descreva de forma sucinta todas as atividades que esse profissional irá de fato realizar, se pedir apenas os conhecimentos necessários para a execução da atividade atrairá pessoas mais adequadas a vaga.
Se necessário utilize outros títulos mais adequados como analista de métricas, produtor de conteúdo, social design, gestor de comunidades ou até mesmo funções clássicas como diretor de arte e redator, se for o caso, basta solicitar os conhecimentos de social media na descrição.
O título de Social Media normalmente refere-se a um profissional de planejamento ou um faz quase tudo (nunca tudo), se for o caso pode usar.
Currículo e portfólio
Dependendo da sua definição e necessidade de social media solicite também portfólio junto com o currículo, não é só um design que precisa ter um portfólio. O blog Camisa Nova tem um post legal ensinando a fazer um portfólio para Social Media, em alguns casos de currículos interessante sem portfólio, você pode mandar esse link para o candidato e dar mais um tempo para ele produzir.
Ao analisar o portfólio do profissional lembre para qual função ele será contratado, não fique preso apenas ao design da peça, dependendo da função não foi nem o candidato que fez a arte, ele pode ter colaborado de outra forma, confirme isso na entrevista.
A escolha
Dependendo do perfil da vaga você deverá ficar atento às diferentes características do candidato e quais são importantes para a vaga em questão, cada pessoa tem mais facilidade para realizar um determinando tipo de atividades. Uma boa forma de entender as pessoas é teoria das inteligências múltiplas do psicólogo americano Howard Gardner. Não podemos afirmar que fulano é um profissional melhor do ciclano só porque ele não possui uma determinada competência que você considera óbvia, você precisa refletir sobre quais competências são realmente necessárias para a vaga.

Outro ponto importante a ser observado na escolha é a experiência do candidato em mídias sociais, para uma vaga de estagiário não necessita de nenhuma, basta ter o perfil adequado, para analista Jr, um Estágio anterior já é suficiente, analistas plenos e sênior precisa de mais tempo de experiência (dois anos no mínimo) e tipos diferentes de experiências (seja na diversidade de clientes ou de funções).
Ao contabilizar esta experiência utilize as que envolve digital, as vezes uma pessoa recém formada com dois estágios de social media tem mais condições de executar a tarefa do que um profissional de 10 anos de mercado, mas sem nenhuma experiência relacionada com o digital.
Em se tratando do fator idade cuidado com os estereótipos, um profissional jovem pode não ter preparo algum para Social Media, outra coisa, ser um heavy user não te garante que terá condições de planejar e executar as estratégias. As vezes aquele mesmo profissional de 10 anos de impresso que nunca teve um case digital, mas fez um curso de reciclagem voltado para o digital e consegue integrar a nova teoria adquirida aos anos de prática de comunicação.
De quebra já engato mais uma característica, vontade de aprender, nesta área é necessário se manter constantemente atualizado. Cuidado com os gurus de 20 anos, ninguém vira “top”, sim tô sendo zuero, com dois cases e um curso em São Paulo, as coisas mudam muito rápido, valorize profissionais humildes.
E por fim, busque dar condições para que este profissional dê os resultados necessários, um bom piloto em um carro fraco pode até chegar no pódio uma vez ou outra, mas nunca irá ganhar o campeonato.
Se precisar de ajuda pode entrar em contato comigo, também realizo consultorias para coordenadores de comunicação digital e proprietários de pequenas agências digitais.
Mais informações sobre mim no link BIO
Este texto faz parte de uma série voltada para a gestão de pequenas agências, sugiro ler também: “Social Media – Antes do quanto cobrar vem o que vender“.